Wednesday, May 23, 2007

Beijo na Cicatriz

Beijo na pele,
Cicatriz de póros.
Velocidade intensa,
Árvores choronas
que balançam vidas.

Verbo, selo estridente
Peixe que nada a suspirar por ar.
O que acaba com a paixão é seco,
Mesmo que haja ósculo molhado.

Na vitrine o exposto tá dentro, e
O reflexo não é inverossímil.
A correnteza leva água e sal
Mesmo à ferida que ainda não fechou.

O que ganho, gasto com o uso
Para alegria de alma morta.
Memórias congeladas que guardo para depois
Volto e reencontro o mesmo beijo.

Tuesday, May 22, 2007

Toque Abstrato

Guarde-me na luz dos teus olhos.
Se puder, grave-me na sua consciência
E sempre que sentir vontade, encontre-me lá,
Junto aos seres oníricos que habitam sua mente.

Não quero ser lembrado como lenda,
Tão pouco ser esquecido como mala,
Em um canto qualquer do seu coração.

Toque-me todos os dias sempre que sorrir
Saiba que estou nos seus lábios.
Alise-me entre o fios de cabelo que populam tua cabeça.

Sinta-me no sabor dos teus gestos mais exóticos.
Veja que estarei em tudo que você fizer.
Quer seja na lembrança, quer em gestos,

Principalmente os mais abstratos.
Mas sempre estarei lá.
Busque-me e acharás.

Figuras de Linguagem

Púrpura vontade
De estilhaços de antíteses
Ao som de metáforas que
Esfoliam o espírito em forma de gênese.

Poema curto
Tingido de metonímias
Embalado na metalinguagem pungente

Estes teus lírios róseos
Em punhos de linguagem
Inacessível, rompem em verbos
Intransitivos e almas alquebradas.

Esquece teu objeto direto
Intransponível tanto quanto inalcansável,
Que mostra o belo do teu lírico interpessoal.