Vejo os pingos da chuva que encharcam
Meus cabelos e transformam minha visão
Em reflexo azul-turquesa.
Paro imóvel e tento me safar, mas,
A chuva já tomou-me por inteiro
Confundindo minha razão
Na costura dos pingos.
Tudo agora está mais claro e posso ver-me
Realmente como sou, sem rótulos ou
Etiquetas que distingam os meus atos.
Apenas eu, na escura noite fria e
Molhada por teus gélidos espasmos
Em forma de sorrisos-borboleta.
De lembranças que não alcanço mais
À minha volta apenas o refluxo e mesmo
Estático, sei que me rondas,
Que está aí.
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