Porque tenho que ficar trancado 
Nessa jaula em forma de corpo, 
Com esse pensamento em forma de bolha. 
Inconsciente vejo as sombras na parede. 
Mas elas não me dizem nada, pois, 
Tudo sempre foi desse jeito. 
Alguém me toca pedindo minha atenção, 
Mostrando que um se liberta das cadeias.
Enquanto o algoz continua a chicotear, 
Indicando que a direção dos olhos são 
Para a frente, que não nos movamos. 
Olho e só vejo o vulto na parede, mas tenho 
Medo de manifestar alguma reação. 
Foi-se ele, ninguém o viu sair. 
Retorna este que outrora fora um dos nossos 
Exprimindo sua mágica e mundana utopia, 
Dizendo-me que estamos errados, que há sonhos,
Que há cores, existe um mundo fora esse da caverna 
A ser desbravado, que há sorrisos, 
Sol, flores, que existe música e liberdade. 
Eu me calo e cabisbaixo não acredito
Que exista qualquer outra coisa além das sombras. 
Desanimado ele se afasta e volta, alçando vôo 
Para o seu outro mundo, recém descoberto. 
Eu fico aqui com minhas cadeias e minha 
Lamúria, penúria...
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